domingo, 15 de junho de 2008

Saída de campo

Creusa é bióloga, e ao contrário do que a maioria das pessoas pensam dos biólogos ela simplesmente não gosta de mato, detesta animais selvagens e prefere History Channel a Discovery. Ela traduz mato em lama com coisas verdes enlameadas habitado por vetores de doenças voadores, o que costumam chamar de insetos.

Creusa é um rato de laboratório. Isso explica o pesadelo que ela passa nas saídas de campo:

"Saímos ao meio dia com um tempo cinza de chuva, mas que em alguns lugares dava espaço para a bola amarela brilhar e queimar a pele de pessoas sem melanina como eu. Seriamos acompanhados pela professora Rosinha que é muito surda, mas com um orgulho enorme para admitir e uma admirável técnica de leitura labial que engana qualquer um, e o professor Pacato que era aparentemente normal. Porém, para a surpresa de todos, o professor aparece fantasiado de Indiana-Jones-caçador-de-borboletas; coletinho cheio de bolsos, tênis de escalada-caminhada-trilha, cinto multi-funções e um incrível coletor.

Passei toneladas de filtro solar e embarquei no ônibus já tendo o pressentimento que as coisas seriam estranhas. Nem cinco minutos de viagem e começam as musiquinhas características do curso, não tão ingênuas que se pareçam com " o fulaninho ladrão de pão do João" nem tão profanas quanto os funks cariocas. De qualquer forma, depois de quinze minutos tudo cai na mesmice e cansa, enche o saco e irrita. Coisa que ninguém parece notar, porque só parou a cantoria quando o destino final foi avistado.

Descemos e fomos, todos menos eu, alegres e saltitantes coletar a água nojenta e cheia de patógenos de buracos alagados. Como toda boa turma de Biologia, sempre uma mulher-rambo-natureza se acha no direito de esnobar meu jeito laboratorial de ser:
- Precisamos de pessoas que não tenham medo da natureza.

O grupo volta, eu já bastante irritada vou me desinfetar no banheiro não tão desinfetado do ponto de apoio. Quando saio de lá, começa a chover e como tudo pode ficar pior, quatro minutos ápos o início da chuva minha turma aglomerada em baixo de um teto de palha tem a ótima idéia de cantar. Mais cantoria por parte de pessoas desafinadas com repertório duvidoso e nem fugir eu conseguia.

Horas tenebrosas após eu ter pagos todos os meus pecados, reaparece o ônibus que tinha fugido sabe-se lá para onde e quase chegamos a pensar que teríamos que voltar a pé."

3 comentários:

Lisandra Emy disse...

NHAA!!!

Nada como uma boa saida de campo... apanhar da colega pra poder firmar uma amizade, nao acha???


Sempe vale alguma coisa... sempre vale ver as pessoas se esfolando na grama congelada em plena Graciosa...

Sempre vale o pic-nic improvisado que acaba saindo melhor do que o previamente combinado ( hummm brigadeiro da mãe do pseudo-polaco...) Enfim... sempre vale alguma coisa, mesmo com o labio inferior digno de um Paje em dança da chuva... SEMPRE VALE ALGUMA COISA

Anônimo disse...

Ááááááá Creuza...saída de campo é tão legal...hauhauhauhauhauahuahuahuahuahauhauhauhauhauhau

mas pessoinhas cantarolando musicas de MPB da época do uêpa é foda mesmo...hehe

e a saída de botanica como foi???

Arlequina disse...

Eita eu não imagino a creusa inseto fóbica no meio do mato, mas enfim, toda profissão tem seus desgostos né hauhauha

É claro que a creusodete vai fazer pós, mestrado, doutorado, pós doutorado, phd em pernilongologia hauhauhauhauha

whatever, não seja tão rude com a mpb aleatória