sexta-feira, 2 de abril de 2010

O Celular Adotivo do Inferno

Creusa, tempos atrás comprou um celular bonito, vistoso, legal e cheio de joguinhos. Mas óbvio alegria de pata dura pouco e em menos de um ano pifou!

Pifou lentamente e em prestações, de botão em botão; num primeiro momento não se ia para cima, depois o botão voltar parou e obrigava Creusa a recorrentes liga e desliga para retornar a tela inicial e finalmente chegou ao crítico de não responsividade alguma.

Tirando a má sorte (constante) da menina em assuntos de assistência técnica de eletro-eletrônicos, e abstraindo que a razão dada para o trágico fim do celular foi:
- Você, querido cliente, apertou demais as teclas! *sorrisinho de amizade*
- Teclas são para apertar não é mesmo?
- Não muito!!! *sorrisinho de empatia*

Para não ficar incomunicável em plenos século XXI a pata emprestou o antigo celular do pai.

Alegremente tentou se adaptar ao arcaico preto e branco do visor, relevou a falta de um botão próprio para atender o telefone (o que rendeu cenas impagáveis do celular na mão de Creusa tocando e o desespero estampado no rosto por não saber onde raios atendia)e as mensagens apresentavam palavras de línguas aborígenes, quase ininteligíveis, porque as teclinhas não tinham os mesmo comandos do seu antigo companheiro. Coisinhas da vida!

Mas a passagem de Creusa nas coisinhas da vida foi breve, ela foi sem escalas para as tragédias.

No ônibus, junto com Francionilde, Creusa num dos ataques falar mal e não ver a quem, massacrou Joaninha, depois passou aos assuntos familiares e se seu pai não sentiu a orelha pegando fogo é porque ela já tinha caído seca no chão.
Aliviada ao fim da viagem, Creusinha salta do ônibus e vai pra casa. Quando chega, papi (que incrivelmente ainda tinha duas orelhas sãs) indagou gentilmente:

- Creusa lindaaa, acho que você ligou pra mim por engano.
- Não entendi.
- Teu celular filhinha... vê tuas ultimas ligações.

O celular adotivo tinha se revoltado e ligado numa sequência espantosa para Joaninha (3 minutos de ligação) e para Papai (incríveis 10 minutos de ligação)sozinho... como um ninja.

Qual razão bizarra objetos inanimados fazem mal à Creusa?

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Mundo Virtual

Creusa desconhece totalmente a palavra "moderação". Afinal qual a vantagem em ser assim?
Moderar... há

Teve uma época quase remota, em que Creusa se internava num jogo chamado WoW. Nerd Creusa sempre foi, então nenhum espanto.
Mas depois de algum tempo depois, os amigos começavam se preocupar com a saúde mental dela:

- Aiii Gina amiga, acho que me apaixonei!
- Quem é Creusa, como é, o que faz?
- Gina, bem... ele é alto, forte, azul. As vezes é um mago baixinho e fofo. Me protege, manda ouro e me da armaduras de presente.
- ... azul?
- Então, esse é problema, eu só o amo quando ele é um ser extraterrestre azul ou um mago poderoso e valente e eu sou roxa com 5% de gordura corporal com pernas de cavalo.

- Ai Frany, ontem quando estávamos no castelo de Karazhan matando Moroes, o tirano que vive no topo da torre mais alta das Terras do Oeste, me senti especial, ele me mandou /love. Todos nosso grupo viu. Fiquei sem graça.
- Bom pra você Creusa, parece in-te-res-san-te.
- Ai ai.

Como já ressaltado anteriormente: fase,foi uma fase.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O Teatro e Creusa

Creusa é uma menina culta, que convive com amigas cultas. O que trocando em palavras mais compreensíveis significa que todas elas são solteiras e aos 20 anos ainda não sabem a arte da sedução, que aparentemente meninas de 16 anos dominam com maestria.

Amarguras a parte, quarta feira oito horas da noite, o telefone toca:
-Creu amiga, vamos no teatro quinta? Ninguém quer ir comigo, não sei porque. É uma peça de uma amiga minha sobre Oscarino Selvagem.

Ingênua, Creusa apagando as palavras "ninguém quer ir comigo" pensou só em Oscarino Selvagem, amiga da Francy e respondeu:
- Claro, vou chamar Vaniossilda e minha amiga que chegou de Brasília essa semana e quer conhecer as boas coisas de Bobotiba, esse centro cultural de qualidade.

Quinta:

Creusa, Francyonilda, Vaniossilda e Patrinilde, a estrangeira, estavam lá na porta do teatro que diga- se de passagem atrasou exatamente 10 minutos para abrir, e 10 minutos em pé não é nenhuma massagem relaxante.

Ao abrir das portas entraram apressadamente elegantes pois, os lugares não eram marcados e desespero não é permitido a sociedade cultural de Bobotiba.

Logo na primeira fala o assutador prelúdio das próximas 1 hora e quinze (fatigantes) minutos:

- Iluminação tenebrosamente perturbadora
- Atores com sotaques incrivelmente apavorante, beirando o pertubador
- Atores pertubadores em si
- Vergonha por Oscarino Selvagem ter um texto transformado na mais pura e cristalina perturbação.
- Uma cena final identificada pela Frany (a qual estaria morrendo no mais profundo dos infernos na imaginação de Creusa) como "A Epifania da Mulher de Branco". Essa maldita atriz (?) apareceu em todas as cenas sem um propósito definido ocupando espaços vazios e teve quase exatos dois minutos de solo se jogando no chão e fazendo cara de morta viva enquanto um personagem parecido ao Coração Gelado dos Ursinhos Carinhosos apagava as milhares de velinhas, uma por uma, do cenário.

UMA POR UMA, e a mulher enrolada num trapo branco de um lado a outro correndo, pulando e se jogando em ataques convulsivos pelo palco.

Na saída, Creusa envergonhada por Patrinilde nem querendo encará- la de frente balbuciou:
-Desculpa, não sabia que seria assim...

Patrinilde muito gentilmente limitou-se a dizer:
- Tudo bem, só lamento não ter conseguido presta atenção no texto, tinham tantas coisas me perturbando que era impossível se manter concentrada.